quarta-feira, 24 de março de 2021

BASTA!

NÃO SEJA IGNORANTE, fique em casa, quando digo isso, não estou dizendo pro trabalhador que precisa ir ao seu trabalho para ganhar o pão de cada dia ficar em casa. Estou dizendo para aquele jovem que não trabalha, que apenas estuda, que fique em casa, para a dona de casa ficar em casa, para o idoso que não trabalha ficar em casa, para aquele trabalhador que saiu do seu serviço no fim do expediente ir direto pra sua casa, tomando todos os cuidados sanitários necessários, estou pedindo pra que não pare em bares, não faça happy hour, não fique passeando pelas ruas, principalmente sem máscaras. Para que não fiquem fazendo aglomerações dentro de suas residências, não temos nada o que comemorar nesses últimos tempos, não há motivo para festas! Vamos deixar isso pra mais tarde. Mercado só para comprar o excencial, bebida alcoólica não é excencial. O excencial hoje em dia é trabalhar apenas as horas exigidas pelas empresas. Excencial agora é ajudar os profissionais de saúde, não se colocando em risco de ficar doente, seja qual for a doença, para não colapsar mais ainda o sistema de saúde. Enfartes podem ser evitados comendo menos gordura, acidentes podem ser evitados saindo de casa apenas o necessário, doenças relacionadas ao álcool podem ser evitadas não bebendo, beber e dirigir então nem se fala. Chega de mortes, daqui duas semanas você pode ser o próximo a morrer se não se cuidar. Já parou pra pensar nisso, que você pode literalmente decidir se morre em duas semanas ou não, apenas respeitando o máximo possível as orientações sanitárias. Se cuidem por favor. Chega de desonestidade intelectual, parem de compartilhar as "notícias" falsas que recebem no face ou no whatsapp. Não existe remédio pra covid, só existe a vacina,  e essa vacina precisa ser cobrada das autoridades. Chega desse genocídio que enfrentamos e que pode ser reduzido, em muito, apenas cumprindo aquilo que todos deveríamos ter. Bom senso. BASTA!

domingo, 7 de março de 2021

Meu avô e a Espanhola

Meu avô se chamava Augusto. Era uma pessoa, bem, uma pessoa augusta – e olímpica também (embora tivesse sido antes assíduo frequentador da Baixada). Augusto nasceu em Porto Alegre, em abril de 1900 – “ele acompanha o século”, dizia minha mãe, cada vez que o velho aniversariava. Nasceu em casa, na esquina da rua dos Moinhos de Vento (hoje 24 de outubro) com a praça Júlio de Castilhos. Quando tinha 12 anos, morreu-lhe o pai, cujo nome agora se me escapa. Mas sei que meu pobre bisavô tinha tenros 33 anos ao partir dessa para pior. Mas pobre mesmo foi minha bisavó: os cunhados tomaram tudo da viúva. E assim, desamparada e sem teto, minha bisa alistou meu avô na Marinha, em 1913, como grumete.

Estudei sobre os grumetes – e os porretes e desgraças que recaíam sobre eles nas naus do século 16. Meus favoritos foram os cinco que desertaram da frota de Cabral e se deixaram ficar na Terra de Vera Cruz, “pelos dulcíssimos frutos que ela tem”. Meu avô também teve porretadas e desgraças, mas não desertou. Tanto é que, aos 17 anos, viu-se envolvido numa guerra mundial. Sim, em outubro de 1917, o Brasil declarou guerra à Alemanha e em janeiro de 1918, constituiu a sua Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG), composta por dois cruzadores e quatro contra-torpedeiros. Augusto fazia parte da tripulação do cruzador Rio Grande do Sul. E a bordo dele zarpou em maio rumo a Dakar, no Senegal.

Após certas peripécias e alguns vexames que passaram para a história, a esquadra fundeou em Dakar a 25 de agosto de 1918. E lá, em uma semana, 464 marinheiros morreram – mas não vítimas da guerra. Foram mortos pela gripe espanhola. Meu avô sempre nos contava essa história. Ela era verdadeira, mas ele era um fabulador e como os netos, ao invés de incomodar, acomodavam-se para ouvir o conto, ele ia aumentando um ponto. À certa altura – ele narrou a história por anos a fio –, os únicos sobreviventes do cruzador viraram ele e (por motivos óbvios) o cozinheiro. Só que ao desembarcarem no Rio, em maio de 1919, meu avô e o mestre-cuca não encontraram paz: a cidade debatia-se contra o mesmo e insidioso inimigo, a bailarina da morte, a maldita Espanhola.

“Mas sabe que tinha gente que não acreditava?”, dizia Augusto. E a gente: “Que só tu e o cozinheiro tinham trazido o navio de volta para a casa?”. E ele: “Não, claro que não! Quem iria duvidar disso? Não acreditavam na gripe! Não queriam usar máscara! Tomavam remédios que não serviam para nada. E eu tinha visto Dakar inteira ir parar no hospital ou no cemitério”.

Para nós era mais fácil acreditar que meu avô havia comandado um cruzador sozinho do que numa gripe que pudesse matar. Mas as coisas mudam e as pessoas evoluem. Quer dizer, nem todas. E o pior é que os retardados põe em risco a esquadra inteira.

[Texto de Eduardo Bueno, publicado em sua coluna semanal no jornal Zero Hora, de Porto Alegre]

sábado, 6 de março de 2021

Carta aberta à humanidade.

“Carta aberta à humanidade

“Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança.” Hanna Arendt;

O Brasil grita por socorro.

Brasileiras e brasileiros comprometidos com a vida estão reféns do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a Presidência do Brasil, junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista.

Esse homem sem humanidade nega a ciência, a vida, a proteção ao meio-ambiente e a compaixão. O ódio ao outro é sua razão no exercício do poder.

O Brasil hoje sofre com o intencional colapso do sistema de saúde. O descaso com a vacinação e as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco toda a humanidade. Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas.

Nos tornamos uma ‘câmara de gás’ a céu aberto.

O monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global.

Apelamos às instâncias nacionais – STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB – e às Nações Unidas. Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização.

Vida acima de tudo.”


O texto tem assinatura coletiva e já recebeu adesões de personalidades como dom Mauro Morelli, bispo emérito de Caxias, padre Júlio Lancellotti, frei Leonardo Boff, Chico Buarque de Holanda e a namorada, a professora da UFRJ Carol Proner, a cantora Zélia Ducan e muitos outros.

Devaneio do dia

Não acredito em teorias de conspiração, mas se acreditasse diria que Bolsonaro não quer mais ser presidente há tempos, mas não aceita renunciar, então faz tudo pra que tirem ele de lá, porém ninguém quer Mourão mandando no exército e no país, sendo assim uma boa parte da imprensa, mais o judiciário e o legislativo não deixam que ele saia.
É a única explicação! Não dá pra entender!