quinta-feira, 26 de julho de 2007

Catalogo de Erros

Passam-se os anos, estou envelhecendo, sento meu cansado corpo na sala de aula e por mais preparado que seja o professor, o conteúdo me fadiga, fadiga-me pois tenho medo do que estes professores estão criando, o homem precisa ser educado e não é isso que está acontecendo no atual sistema educacional.
Todos os dias eu ligo a tv nos noticiários, as manchetes são sempre as mesmas, revoltas, rebeliões, assassinatos, terrorismo, guerra. O Brasil não está diferente, o país está sitiado, e não é por forças militares, a violência extrapola o nível tolerável, se é que existe um nível tolerável para a violência. Quanto mais leio, vejo, escuto e vivo, mais indignado fico, principalmente por não poder fazer nada para mudar a situação vigente.
O mundo se tornou insano, não me entra na cabeça, como um povo ainda consegue acreditar num “Deus” que permite tanta loucura num mundo que deveria e poderia ser tão belo. Esse puritanismo religioso que proíbe eutanásias e abortos, mas permite que pessoas morram de fome e frio e cresçam complexadas, complexos esses irreparáveis na maioria dos casos. E quem devemos culpar por isso. O presidente, que independentemente de quem seja está de mãos atadas numa sociedade acostumada com o errado. O “Bandido” que certamente foi criado por essa mesma sociedade, ou quem sabe a própria sociedade por acreditar fielmente que está fazendo de tudo ao seu alcance para alterar esse caos. Queria poder ser otimista, no entanto, considero que mesmo reunindo os melhores pensadores do mundo para discutir e encontrar uma solução para a atual situação, creio que nem mesmo eles chegariam a um consenso.
Compreendo agora o porque Renato Russo deixou seus dois últimos discos sem a frase “Força Sempre”. Até mesmo os poetas, os mais otimistas seres do mundo, estão desistindo de lutar. Podemos julgar os suicidas, podemos considerá-los covardes por desistir do mundo. Será que eles não são apenas mais vitimas do caos em que vivemos. Nem mesmo os Árcades, por filosofia, como eu, estão conseguindo usufruir o “Carpe Dien”, os momentos felizes estão a cada dia mais difíceis de alcançar. Nossa sociedade perdeu-se nos monstros de nossa própria criação.
Para fechar gostaria de poder propor uma solução, mas não posso, não a tenho, então terminarei o texto com o trecho de uma carta de Kurt Conbain. "Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal. O triste, o sensível, insatisfeito, pisciano, pequeno homem de Jesus. Por que você simplesmente não aproveita? Eu não sei!"

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