quinta-feira, 26 de julho de 2007

Um Ato de Justiça

Em meus 23 anos de vida passei pelas mãos de vários professores e, como todo mundo, tive bons e maus profissionais de Educação. No entanto, existe um que admiro até hoje! Ele ministrava aulas de Educação Artística no Instituto Santa Maria (Colégio dos Freis). Nós o chamávamos de “Frei Matheus”, professor Enérgico, principalmente com aqueles que não queriam aprender nada, ou iam apenas para badernar, pelo menos era o que a maioria conseguia ver naquele homem. Não era o meu caso, eu sempre o admirei, sua inteligência, sagacidade, dedicação, respeito para com o próximo. Ele definitivamente conseguia, com amor e disciplina, transformar meninos em homens, alunos em cidadãos. Faço esse breve histórico para definir como um bom professor age, um bom professor se preocupa com seus alunos, tenta, sempre que pode, entender como cada um deles pensa, o porquê de suas atitudes e decisões, se são pertinentes ou não, e se um deles está mal, descobrir a razão.
Essa semana, na nossa universidade, ocorreu algo que me chocou profundamente, algo que em meus 6 anos de atividade acadêmica nunca tinha presenciado: Alguns alunos do 4º semestre de Direito, desrespeitaram um professor com predicados que não cabe aqui enumerar; agiram como crianças ciumentas e invejosas, que, ao se sentirem inferiorizadas por não conseguirem tirar melhores notas que uma única aluna, agrediram a mesma por ter tido o merecido reconhecimento. Faz-se necessário mencionar que essa aluna tinha sofrido um “baque”, ao receber uma ligação dizendo que sua mãe estava hospitalizada, pois sofrera um acidente no dia anterior. O professor, ao perceber que a aluna estava psicologicamente abalada, o que a impossibilitava de fazer uma boa avaliação, permitiu que ela fizesse uma outra, para que melhorasse sua nota.
O “engraçado” é que esses alunos do Curso de Direito, que deveriam ter aprendido, no primeiro semestre, uma disciplina chamada Ética, que eu, graças aos meus pais, aprendi em casa, não parecem ter aprendido. Aliás, acredito que essa palavra e seu conceito não existam em seus vocabulários, talvez por isso tenha gente que precise rever esse tema na universidade. Lamentável mesmo foi terem dado continuidade a esse ciúme torpe escrevendo um, que Marx me perdoe usar esse termo, “MANIFESTO”, deve ter se revirado ao ler o mesmo, repleto de erros gramaticais, denegrindo a pessoa do professor e sua profissão de Magistrado, que já se completaram 8 anos ou mais.
Você insinuar que uma pessoa é corrupta e parcial, sem ter provas fundamentadas, e embasadas em fatos, ou, pseudofatos, aparentes é, no mínimo, “anti-ético” e inaceitável em um curso que prima pela Justiça, pelo menos em sua teoria, pois sei muito bem que, na prática, esses alunos, aos quais me refiro nesse artigo, transformarão essa bela teoria em lixo industrial, como podemos perceber por esses pequenos rompantes, ou arroubos de ignorância, ou, amenizando, falta de acervo cultural.
Hilário é ouvir “doutos” alunos arrotando a nossa normatização acadêmica e deturpando nossa Constituição, quando, ao contrário de quem os escreve, nunca tiveram qualquer militância estudantil. Nunca participaram de nenhum CONSUNI ou CONEPE, não sabem diferenciar um Coordenador de Campus de um Reitor. Nunca foram às ruas brigar pela Universidade, com verdadeiros Manifestos e Passeatas. Infelizmente, em uma sociedade em que o Bom Censo há tempos foi deixado de lado, qualquer atitude de respeito com o próximo é considerada criminosa. Aplaudo a atitude honrosa e humana do professor e escarro na cara dessas pessoas que, um dia, infelizmente, podem vir a acusar e julgar a vida de outros. Fico triste em saber que, talvez, percamos um professor excepcional, por causa de tão vil atitude e de alunos tão vis quanto.

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