quinta-feira, 26 de julho de 2007

Pensamentos

Hoje é dia 13 de outubro de 2003, ontem foi um dia interessante, conheci pessoas novas e redescobri que ainda há vida inteligente na terra. Talvez seja melhor eu conceituar o que entendo por inteligência, inteligência pra mim, é saber acima de tudo, ser humano.
Já tenho 20 anos, não sei se posso ou se devo usar o termo “já tenho”, já que muitas pessoas me consideram ainda uma criança, bom isso não vem ao caso, eu não me considero mais uma criança, no entanto ainda não sei o que fazer de minha vida, vejo coisas que me entristecem muito, atitudes que me machucam, enfim coisas que me magoam profundamente.
As vezes paro pra pensar em quem sou eu, aquelas crises existenciais, do tipo – por que vim ao mundo, o que faço, será que estou tomando as atitudes corretas. Particularmente me sinto contaminado pela falsidade que eu tanto desprezo. Quantas vezes já não me vi falando de outras pessoas, analisando-as, quem sou eu para analisa-las.
Esta noite fiquei conversando com minha irmã ao telefone e percebi que todo mundo tem problemas existenciais, não sou o único nesse mundo que sofre por não saber o que fazer da vida, fiquei mais de duas horas ao telefone. E isso me ajudou muito, mas ainda não solucionou os meus problemas existenciais.
É já tenho 20 anos e não sei o fazer, “fiz” dois anos e meio de Direito, “faço” Jornalismo, mas ainda não é isso que eu quero. Mas a questão é saber, o que eu realmente quero? Preciso de ajuda pra responder essa pergunta. Mas não sei onde procurar. Já quis voltar pra casa e retomar meus estudos no curso de direito, no entanto como vou saber se esse é meu curso, se quero termina-lo, ou se somente estou fugindo novamente, fugindo das discussões internas que um dia hão de ter fim e soluções, espero.
A solidão é muito estranha, mesmo sendo tão pontiaguda e deixando cicatrizes horríveis, a gente acaba se acostumando com ela, por que é tão mais fácil escrever do que falar, nunca vou entender.
Acho que estou enlouquecendo, procurando a tão desejada verdade absoluta, no entanto Nietchze dizia que esta verdade não existe, mas, se ela não existe, como vou descobrir as respostas.
Será que largar outro curso seria a solução, não sei, o problema é esse eu não sei de nada. E essas crises pouco a pouco vão matando o que resta do meu conceito de inteligência.
Tenho discussões ferrenhas com meus colegas de Faculdade, esses tempos atrás ganhei uma pseudoinimiga, numa discussão importante, até certo ponto. Ela estava falando que os professores e os alunos são fracos, então num pequeno período de tempo, eu analisei aquela frase, a qual já havia usado várias vezes, e retruquei. “Quem sou eu. Quem é você pra julgar isso. O que eu ou você fazemos pra mudar isso. Absolutamente nada, a gente entra na sala, escuta todas aquelas besteiras sempre quietos, e se for muita besteira, saímos da sala e começamos a criticá-los. Ora, a critica tem ser feita dentro da sala, é lá que temos que desmascarar quem não presta e abrir os olhos de quem presta.”
Não sei se estou certo ou errado, e isso não importa, o que importa é que eu naquele momento descobri que seu estava sendo tão fingido quanto eles.
Qual conceito que um psicólogo faria de mim, será que ele diria que eu estou passando por uma adolescência tardia, ou estou vivendo a crise dos 20, se é que isso existe. Será que ele poderia me ajudar a descobrir as respostas. Já estou a quase duas horas escrevendo coisas sem nenhum nexo causal, isto está me lembrando os filmes de David Lynch, aquele de “Mulholland Drive”, tão estupidamente traduzido como “Cidade dos sonhos”.
Acho que a única coisa que tenho certeza é do amor que sinto por meus pais e o que eles sentem por mim. Fora disso “só sei que nada sei”.

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